sábado, 29 de outubro de 2011

Cárlisson Galdino

 
BIOGRAFIA
 
Cárlisson Borges Tenório Galdino nasceu em 24 de abril de 1981 na
Maternidade Nossa Senhora de Fátima, Município de Arapiraca, em Alagoas.
Filho de Cícero Galdino dos Santos, ex-professor de Ciências, ex-bancário do
Banco do Brasil, atuamente empresário e de Eunice Maria Borges Tenório
Galdino, professora de Portugês com especialização em Psicopedagogia.
 
Cursou a pré-escola no Jardim Escola Pequeno Polegar. Todo o ensino
fundamental e médio, na época chamado de primeiro e segundo graus, foi
cursado no Colégio Normal São Francisco de Assis. Desde o início tem
interesse pela leitura. Aos 8 anos de idade já tinha lido a coleção de Monteiro
Lobato, fato sempre lembrado com orgulho por seus pais.
 
Filho único até os 7 anos de idade, quando nasceu seu irmão Cleberson, tem,
além dele, duas irmãs: Evelyn (10 anos mais nova) e Ellen (13 anos mais nova).
 
Cárlisson fez parte de um dos primeiros grupos de RPG de Arapiraca. RPG é um jogo de representação, onde se interpreta papéis em uma história interativa, onde cada participante ajuda a contar a história decidindo as ações e diálogos de um dos personagens. Também escreveu alguns conjuntos de regras e ambientações para RPG, não publicadas.
 
Seu interesse pela escrita, aumentou sua produção poética no final do ensino
médio, ainda no São Francisco. Concluindo o curso, prestou vestibular e
ingressou em Ciência da Computação pela UFAL (Universidade Federal de
Alagoas), isso no final de 1998, período no qual passou a morar em
Maceió/AL. Tendo contato com a causa do Software Livre, tornou-se um dos
divulgadores e defensores de uma forma mais compartilhada de tratar o
conhecimento como um todo.
 
 
Em 2001, publicou o livro “Chuva Estelar”, pela Edições Catavento. Livro que
reuniu cerca de 50 poesias, a maioria delas sonetos.Ainda não impressos apresenta um conjunto de material em seu site (bardo.cyaneus.net) na inernet, todo disponível no espírito de uma Cultura livre, de modo a permitir cópia e até mesmo mudanças, desde que sejam preservados todos os direitos morais.
Dentre tal produção encontram-se dois romances: “Marfim Cobra Sibilo da
Justiça” e “Os Guerreiros do Fogo”. Há ainda um terceiro romance, ainda
sendo escrito, chamado “Sinas Copos e Minas”.
 
 
Há hoje publicada a ambientação para RPG: “Ases Magia no Sangue”, que foi
usada como ambiente para o romance “Marfim Cobra”. Na área dissertativa,
está disponível o livro online “Nós Temos os Fontes”, e na área técnica de
Informática o “Manual JavaScript”. Em 2006, foi publicado online o “Cordel do Software Livre”, que também pode ser encontrdo no site.
 
 
No momento em que este texto era escrito, há 59 artigos (desde técnicos até
filosóficos e sociais), 21 contos e 96 poesias, estas agora classificadas quanto
á métrica e á forma. Juntando-se as poesias ainda não publicadas há mais de
500 já escritas.
Ratificando ainda sua presença mais forte na Internet, Cárlisson tem também
blogs, que podem ser considerados como colunas independentes ou diários de
notícias. Além do blog principal, que faz parte do seu site, tem um blog
exclusivo para tratar de projetos de software livre que ele desenvolve, dentre
outros.
Em 1º de outubro de 2001, começou estágio no NPD (Núcleo de Processamento de Dados) da UFAL, onde pemaneceu por cerca de 2 anos, quando foi contratado como Assessor de Tecnologia da Controladoria Geral do Estado.
Representando a UFAL, foi em 2003 a São Paulo, junto com um funcionário
(Reinaldo Cabral) e outro estagiário (Alex Muller), apresentar no Congresso
Nacional de Informática Pública daquele ano um trabalho desenvolvido por
toda a equipe do NPD.Na controladoria, além de desempenhar tarefas como apoio aos usuários, manutenção do site, instalação de máquinas e gerência de rede, iniciou um processo de migração para Software Livre.
 
Durante a graduação, teve como site pessoal vários endereços. A começar o Dark Songs, que tratava de RPG. Posteriormente, e na mesma linha, criou o Abaskantto, que apresentava contos e material para dowload relacionado a RPG.
Tempos depois, seu site principal passou a ser o Andarilho d’Catar, que
terminou mudando para Andarilho de Qatar em 2002. Em 2003, fixou o
domínio bardo.com.br, que terminou não atendendo bem. Adquiriu então
propriedade do endereço cyaneus.net e há mais de 2 anos seu site é
bardo.cyaneus.net.
 
Em 29 de setembro de 2004 recebia o diploma de bacharel. A medida de
2005, ingressou na primeira turma do curso de pós-graduação lato sensu
Produção de Software em ênfase em Software Livre, um curso semipresencial
(feito a distância, mas com parte das avaliações sendo presenciais) na
Universidade Federal de Lavras, Sul de Minas Gerais. Concluindo após um ano, em junho de 2006.
Na área de desenvolvimento de Software Livre, seu primeiro projeto foi um
editor de textos simples, o Cyber Editor, que apesar de simples chegou a ser
citado em uma sessão de indicação de softwares gratuitos da Revista “Veja”,
na edição especial “Vida Digital”, publicada em agosto de 2000. Outro projeto foi o IaraJS, que se tornou o tema de seu trabalho de conclusão de Curso de Graduação.Hoje participa do projeto de Software Livre Mozilla Brasil e mantém os
projetos Academia Código Livre, Atomic Wegb Applications, Losango,
SlideShow e Spreader.Em 2006, foi aprovado em concurso público pela UFAL, Campus Arapiraca,
para o cargo de Analista de Tecnologia, integrando a equipe técnica inicial
que administra e dá suporte á UFAL no interior, mais especificamente em
Arapiraca, Palmeira dos Índios, Penedo e Viçosa.
[ Fonte: Livro "ACALA: História e Vida", abril de 2009 ]
Pára o Mundo que eu Quero Descer!
Por Cárlisson Galdino
Parece que a moda agora é fazer leis para prejudicar os cidadãos sob
pretexto de combater crimes digitais! Todos sabemos que por trás dessas
supostas boas intenções de combater fraudes e pedofilia, existe na verdade a
pressão de grandes empresas do modelo antigo de Copyright, desesperadas
para impedir que a Internet continue a prejudicar seu arcaico e injusto modelo de negócios.
Não dá pra impedir uma tecnologia porque ela está prejudicando alguém. Toda tecnologia sempre prejudica alguém, é inevitável. Robôs diminuem a
necessidade de pessoas nas linhas de montagem, não dá pra negar. Claro que
nesses casos se recomenda reaproveitamento dos funcionários ao invés da
demissão em massa… Se fosse proibido o uso de robôs porque aumentaria o
desemprego? Se fosse proibida a fabricação de postes com luz elétrica
porque tiraria o emprego de acendedores de lampião? Se fosse proibida a
fabricação de impressoras a laser e a jato de tinta porque tirariam o emprego
de calígrafos e gráficas?
As regras do jogo mudam e todos devem se adaptar. Alguns se prejudicam para a esmagadora maioria se beneficiar. É assim que a evolução é.
Hoje na França há uma lei que pune internautas que baixarem arquivos
protegidos por copyright, impedindo-os de acessar a Internet por longos
períodos. No Brasil, temos o AI-5 Digital querendo nos tirar meio mundo de
direitos. E mais uma lei parecida com a francesa está em cogitação por aqui.
Na China, o Governo quer obrigar fabricantes de PC a colocarem filtros de
conteúdo nos próprios computadores Desktop. E tanta coisa acontecendo lá
fora… O que tá havendo com o mundo!? Alguém me explica por favor!
Empresas fazem qualquer coisa por dinheiro. Destroem florestas, destroem
vidas, subvertem leis… Não há como não temer o futuro… (será que podemos
confiar que há uma luz no fim do túnel?)
[ Fonte: www.trezentos.blog.br ]
UM MANIFESTO PIRATA
Por Cárlisson Galdino
Eles querem que acreditamos que não temos direitos, simplesmente porque não termos direitos é economicamente mais vantajoso para eles.
Eles nos chamam de ladrões antes dos filmes, mas são eles que constroem seus Impérios ás custas do Domínio Público e espermeiam e compram deputados para evitar o que eles criaram há décadas, em cima do Domínio Público, se torne também Domínio Público.
Eles investem fortunas em propaganda. Propaganda criada para que nos
sintamos mal com o que somos hoje, com o que temos hoje. Feita para que
tenhamos a ambição de ter o produto deles para assim nos satisfazer-mos e nos sentimos plenos. Eles cobram valores muito altos, praticando lucros
astronômicos, sobre seus produtos e chamam de ladrões aqueles de nós que são fracos e, por acreditarem nos comerciais que eles nos impõem e não terem poder econômico bastante, copiam seus produtos no desejo de se tornarem alguém.
Eles corrompem a Lei para que direitos que sempre tivemos deixem de existir,
porqure lhes dá lucro.
Eles mataram o direito á terra. Mataram o direito á água. Atacam
desesperadamente os direitos de aprender e de conhecer. Pregam a censura,
a censura ao que não lhes dá lucro. Estão matando o “uso justo” com seu
“Copyright marombado”.
Eles querem um mundo de consumidores, mas eles criam a exclusão. Eles
separam e depois atacam os mais fracos, mais economicamente fracos. Como um dragão de vários braços e pernas, desesperado para proteger seu precioso tesouro. O tesouro que sempre foi nosso, mas ele chama de seu.
Eles precisam entender que oferenda em ouro e empresas de publicidade não
criam verdades.
Precisam entender que mitos caem. Um dia disseram que a Terra era plana. Um dia disseram que a Terra era o centro do Universo. Hoje dizem que ideias são objetos. Mitos caem.
Eles precisam entender que não somos dois ou três. Precisam entender que
eles, que são dois ou três, estão lutando contra bilhões. Enquanto existir bom
senso e enquanto existirem pessoas que não estão massificadas o suficiente
para acreditarem que esse mundo que eles tentam impor é uma evolução ou, ao menos, algo aceitável. Enquanto existirem pessoas do bem e conscientes, não deixaremos as coisas irem por esse caminho.
Porque nós somos capazes de ver claramente os barbantes acima de governos.
E sabemos quem são os bonequeiros e porque eles estão ali.
Mitos caem. O mundo muda. E não são canudos, panletos e charlatões boiando que vão parar o verdadeiro transatlântico da evolução.
[ Fonte: Informativo "ACALA", junho de 2011 ]
CORDEL DA PIRATARIA
Por Cárlisson Galdino
Naquele tempo antigo / Dos grandes descobrimentos
Navios cruzavam mares / Levando dor e tormento
Às terras por toda a vida / Fossem novas ou antigas
Sem respeito e violentos.
 
 Iam à costa africana / Com suborno ou então bravos
Deixavam terra levando / Dezenas de homens, escravos
Outros levavam empregados / E muitos deles, coitados,
Eram mortos por centavos.
 
Esses homens nesses barcos / Dominavam o mar selvagem
Subjugando outros povos / Mas tinham uma boa imagem
Pois nos livros de História / Ainda hoje levam glória
Por cada dessas viagens.
 
Nesse mar, sem ter direito / A ter u’a vida de gente
Muitos se reagruparam / Num caminho diferente
Nessa realidade ingrata / Criaram as naus piratas
E enfrentaram o mar de frente.
 
Piratas, os homens livres / Diferiam dos demais
Dentro da embarcação / Tinham direitos iguais
Cultivavam parceria / Contra toda a tirania
Confrontando as naus reais.
 
Atacavam naus tiranas / Roubando o que foi roubado
Matavam os ocupantes / Escravos, são libertados
Onde gastar o obtido? / Tudo o que era conseguido
Mundo afora era trocado.
 
 
Esses eram os piratas / Daquela época esquecida
Que se ergueram contra reis / Nessa tortuosa vida
De “crimes”, mas foi assim / Pois em alto mar, no fim,
Não tinham outra saída.
 
Mas vamos falar agora / De algo dos dias atuais
Que é estranho e nasceu / Já nem tanto tempo faz
Hoje o tema da poesia / Chamam de pirataria
E os direitos autorais.
 
Para contar essa história / De leis, direito e valor
Temos que entender primeiro / Como a gente aqui chegou
Por isso, como esperado / Vamos voltar ao passado
Onde tudo começou.

No ano de 62 / Do século XVII
O País, a Inglaterra / E a censura, um canivete
Cortava a produção / De tudo que era impressão
Pois besta em tudo se mete.
E os livreiros desse tempo / Cada editora antiga
Precisava de um aval / Para que imprimir consiga
O aval do Rei, do Estado / Que se não for do agrado
Deles, a impressão não siga.
Um monopólio formado / Pra controlar a leitura
Terminou dando poderes / Além do que se procura
Dessa forma os livreiros / Cresceram muito ligeiro
Nessa forma de censura.
Já no século XVIII / Bem lá no ano de 10
Naquela mesma Inglaterra / Uma nova lei se fez
Hoje ninguém lembra mais / De direitos autorais
Foi ela a primeira lei.
Right em inglês é direito / E copy é copiar
O Estatuto de Anne / Só disso ia tratar
Direito direcionado / Aos livreiros, que afetados
Tinham que se acostumar.
Pois copyright falava / De cópia em larga escala
E o direito é o monopólio / Sobre cada obra criada
E esse direito, notamos / Durava quatorze anos
E o monopólio acabava.
Note que essa nova lei / Não veio favorecer
Os livreiros da Inglaterra / E o monopólio a nascer
Não era bem algo novo / E era o bem ao povo
Que essa lei veio fazer.
Nasceu o Domínio Público / Nesta distante Idade
Os livreiros exploravam / Seus direitos à vontade
Mas terminado o prazo / Toda obra era, no caso
Doada à Humanidade.
Os livreiros reclamaram / Pedindo ampliação
Para aquele monopólio / Mas não teve apelação
Pois se fosse concedida / Mais outra seria pedida
E o prazo seria em vão.
Isso lá naquele tempo / Eles podiam prever
Que se o prazo aumentasse / De novo iam querer
Sempre após mais alguns anos / E o prazo se acumulando
No fim “pra sempre” ia ser.
Mas o mais interessante / Pros livreiros e editores
É que o que eles previam / Houve com novos atores
E hoje o direito autoral / Vale tanto, que é anormal
Pra agradar exploradores.
Por que, vê se faz sentido / A desculpa que eles dão
Pra monopólio de livros / É incentivo à criação
Se é assim, por que, ora pois / Ele dura anos depois
Da morte do cidadão?
Que eu saiba depois de morto / Eu garanto a você
Por grande artista que seja / Ele não vai escrever
Só se for, caso aconteça / Com um médium, mas esqueça
Não é o que a Lei quis dizer.
O direito agora vale / Por toda a vida do autor
Depois mais setenta anos / Depois que a morte chegou
Pra incentivar o defunto / Mesmo estando de pé junto
Continuar a compor.
Por que funciona assim / Não é difícil notar
“Incentivo” é só desculpa / Para o povo aceitar
Quem lucra são editores / Sendo atravessadores
É a Lei da Grana a mandar.
As empresas mais gigantes / Que corrompem os governos
Que publicam propagandas / De produtos tão maneiros
Com um gigantesco ganho / Artistas são seu rebanho
E a Lei garante o dinheiro.
Toda essa exploração / Funciona desse jeito
O pobre artista cria / O seu trabalho perfeito
Um trabalho bom e novo / Ele faz é para o povo
Poder ver o que foi feito.
Para o povo ter acesso / Ao que ele produziu
Não é algo assim tão fácil / Atingir todo o Brasil
Pra isso que produtores, / Gravadoras, editores
Tudo isso se construiu.
Porém esse monopólio / Garantido ao autor
É o preço que eles cobram / Pra fazer esse “favor”
Se a editora tem confiança / Facilmente a obra alcança
Além do que se sonhou.
O autor perde o direito / Sobre a sua criação
Quem vende é atravessador / E lhe paga comissão
Alguns centavos pingados / E o maior lucro somado
É da empresa em questão.
Vejam só que curioso / São “direitos autorais”
Mas pra chegar no mercado / Alguns contratos se faz
E os direitos de repente / A que tanto se defende
Do autor não serão mais.
Como se vendesse a alma / Para uma empresa privada
Nem ele pode copiar / A obra por ele criada
Mesmo quando ele morrer / A empresa é que vai dizer
Como a obra é usada.
Autores bem talentosos / Que se encontram no caixão
Sem obras suas à venda / Com fãs, uma legião
Mesmo a pedidos dos fãs / Toda essa força é vã
Pra ter republicação.
Pois o direito estará / Numa empresa transferido
Que é quem dirá se é viável / Atender a esse pedido
E se ela não publicar / Nenhuma outra poderá
Pois o direito é exclusivo.
Esse jogo de direitos / Ilude a maioria
Dos artistas existentes / Como uma loteria
Onde muita gente investe / Mas pra poucos acontece
Algum sucesso algum dia.
E os artistas que investiram / Enriquecendo a empresa
Olham para os de sucesso / Não percebem serem presas
Sonhando chegarem lá / Seguem a financiar
Essa indústria com firmeza.
Quem tem direito exclusivo / Cobra o quanto quiser
Esse é o mal do monopólio / Mas sempre é assim que é
Quando surge alternativa / A essa prática nociva
Reclamam, não saem do pé.
Copiar é ilegal? / É, mas a Lei que hoje vale
Foi feita por essa gente / Que corromper tudo sabe
Alterando o Direito / Para funcionar do jeito
Que melhor a elas agrade.
Desde os tempos mais antigos / Alguém canta uma cantiga
Outro aumenta um pouquinho / E ela cresce e toma vida
Na Cultura Popular / Logo ela se tornará
Bem melhor do que a antiga.
Com cultura é desse jeito / Que se faz evolução
Sempre se inspira nos outros / Na imagem, prosa ou canção
Do Teatro à Literatura / Cultura gera Cultura
Não queira fingir que não.
Hoje com toda mudança / Que fizeram, quem diria?
Compartilhar e expandir / Chamam de Pirataria
E o direito à Cultura? / Criou-se uma ditadura
Como há muito se temia.
O que querem impedindo / O poder da interação
É tornar todos iguais / Seja massa a multidão
É uma questão de Poder / Pra mais lucro acontecer
Todos com o mesmo feijão.
Deixo então esta pergunta / Que ainda não tem solução
Num País de tradições / Que futuro elas terão?
O que será da Cultura / Vivendo na ditadura
Dos livreiros, da opressão?
Piratas no fim das contas / Apoiavam igualidade
Hoje chamam de pirata / Quem age contra a maldade
E compartilha o que tem / Dando Cultura por bem
Quem tem solidariedade.
[ Fonte: anticorpodegaia.wordpress.com ]
 
CORDEL DO SOFTWARE LIVRE
Autor: Cárlisson Galdino
 
 
Caro amigo que acompanha / Essas linhas que ora escrevo
Sobre um assunto importante / Qua até pode causar medo
Mas não é tão complicado / Você vai ficar espantado
Não ter entendido mais cedo.
 
 
Aqui falo de uma vida / Da mais justa que se viu
Por democratização / Nesse espaço tão hostil
Que é dos computadores / Falo dos novos valores
Que estão tomando o Brasil.
 
Apresento um movimento / De uma luta deste instante
Que mexe com muita gente / Por isso não se espante
Se noutro canto encontrar / Alguém a disso falar
Mal e de modo alarmante.

Faço apelo á inteligência / Se encontrar quem diga: “é não!”
Não tome nenhum, nem outro / Por verdadeira verrsão
Leia os dois, mas com cautela / Que a verdade pura e bela
Surgirá á sua visão.
Pois eu trago nesses versos / Quem busca pode encontrar
A verdade, puros fatos / Que pode se sustentar
Já é dito em muitos cantos / Mas como já falei tanto
Vamos logo começar.
Computador e internet / Vivem no nosso presente
Mesmo sendo tão ligados / Cada um é diferente
Mas toda coisa criada / Não serviria pra nada
Se não fosse para gente.
Como uma calculadora / Um bocado mais sabida
Nasceu o computador / Pra fazer conta e medida
Mas foi se modernizando / Seu poder acrescentado
E o “programa” ganhou vida.
O computador não pensa / Precisa alguém dizer
O “programa” é o passo a passo / Diz como é pra fazer
Cada passo do roteiro / O computador, ligeiro
Faz logo acontecer.
Cada programa é escrito / Por um sábio escritor
Que escreve o passo a passo / Como quem está a compor
E escreve totalmente / Como só ele entende
Esse é o programador.
O programa assim escrito / Nessa forma diferente
Não é logo percebido / Pela máquina da gente
Um tal de “compilador” / Traduz pro computador
Numa versão que ele entende.
E é assim que um progrma / Tem duas formas sagradas
Uma pro programador / Outra que á máquina agrada
Sempre que alguém solicita / É a primeira que se edita
E a segunda é recriada.
Isso parece confuso / Mas não é confuso não!
É como ter um projeto / Pra ter a realização
É como a gente precisa / tela para pintar camisa
Como planta e construção.
A primeira forma tida / “Código-fonte” se chama
E o programador entende / Essa forma do progra ma
Mas só é aproveitável / Só no modo “executável”
Computador não reclama.
Para o programador / O código é usado
Para o computaor / O progrma é transformado
O “executável” é feito / Traduzindo, e desse jeito
Temos o segundo estado.
E por muito tempo foi / Que todo programdor
Toda vez que precisava / De algo que outro já criou
Esse outro prontamente / Passava logo pra frente
O programa salvador.
O codigo aproveitado / Poupava trabalho e tempo
O amigo aproveitava / E se estava falho e lento
O programa original / Era mudado, e afinal
Funcionava como o vento.
E o programdor primeiro / Como forma de “Obrigado!”
Recebia essa versão / Corrigida do outro lado
Graças ao que foi cedido / Com a mudança de um amigo
Dois programas, melhorados.
Veja, amigo leitor / Como tudo funcionava
Por que ter que criar de novo / Se isso feito já estava?
Em uma grande amizade / Viveu tal comunidade
Enquanto a vida deixava.
O mundo programdor / Nessa vida se seguia
Mas tudo se complicou / Quando em um certo dia
Um programador brigão / Quis arrumar confusão
“Copiar não mais podia”.
Esse tal programador / Uma empresa havia criado
Queria vender caixinhas / Com um programa lacrado
Cada caixa adorável / Apenas o executável
Trazia ali guardado.
E o pior é que a caixinha / Não dava nem permissão
De instalar em outro canto / O programa em questão
Mesmo pagando a quantia / A caixinha só servia
Para uma instalação.
Assim veja, meu amigo / Cada programa comprado
Não traz código consigo / Só o que será executado
Não dá para alterar / Nem mexer, nem estudar
Esse programa comprado.
Veja bem que, além disso / Apresenta restrição
O progrma não permite / uma outra instalação
“se há outro computador, / Outra caixa, por favor”
É o que eles lhe dirão.
Desse jeito que tem sido / Nesse mundo digital
Os programas mais famosos / funcionam tal e qual
Agora lhe foi mostardo / Só os “programas fechados”
Como Windows, Word ou Draw.
Outra coisa que acontece / Com os programas fechados
é que quem for fazer outro / Terá todo o retrabalho
Haja quinhentos já feitos / Fará de novo, que jeito?
pois o código é negado.
E quem já tem algo pronto / Mais e mais se fortalece
Quem começa hoje sem nada / Não tem chance e já padece
Com poucos fortes então / Há bem pouca inovação
Só o monopólio cresce.
Foi desse jeito que um mundo / Tão saudável e integrado
Foi trocado por um outro / Egoísta e isolado
Que lucra um absurdo / E esmaga quase tudo
Que se oponha a seu reinado.
Todos estávamos tristes / Com nosso triste presente
Um mundo de egoísmo / Era esperado, somente
Um mundo de ferro e açoite / Mas depois da fria noite
O sol nasceu novamente.
Contra esse mundo cruel / Que tudo quer acabar
Pra dinheiro a qualquer preço / Fazer tudo pra ganhar
Apareceu boa alma / Era o Richard Stallamn
Que vinha tudo mudar.
Aos poucos foi se tornando / Uma grande multidão
De grandes programadores / Para o mundo dar lição
E aos mais céticos mostrar / Qu vale mais cooperar
Que a dura competição.
Começaram e escrever / Programas de um novo jeito
E aquele código-fonte / De novo é nosso direito
Permitindo qualquer uso / E toda forma de estudo
Tudo que queira ser feito.
Mais e mais programadores / Essas ideias apoiaram
E o resultado disso / É maior do que esperavam
Tantos programas perfeitos / São por tanta gente feitos
De todo canto ajudaram.
Programas feitos assim / Que nos deixam os mudar
Se chamam Softwares Livres / Mas há algo a acrescentar
Eles deixam ter mudança / Mas exigem por herança
Tais direitos repassar.
Assim se eu uso um progrma / Que me é interessante
Posso copiar pra você / Eles deixam, não se espante!
Eu posso modificar / E você, se desejar.
Podemos passar adiante.
Pra nossa felicidade, / Há tanto programa assim
Que nem dá pra ver direito / Onde é o começo e o fim
Da lista de Softwares Livres / E lá muita gente que vive
Com Software Livre sim.
É Firefox, é Linux / É Open Office, é Apache
Pra programação, pra rede / Pra o que se procure, ache
Pra desenho, escritório / Para jogos, relatório
Pro que for, há um que se encaixe.
E você, se não conhece / Não sabe o que tá perdendo
A chance de viver livre / Ouça o que estou lhe dizendo
Software Livre é forte / No Brasil, já é um Norte
Basta olhar, já estamos vendo.
Maior evento do mundo / Desse tema é no Barsil
NASA, MEC, Banrisul / Caixa, Banco do Brasil
Em Sergipe, em João Pessoa / Em Arapiraca e POA
Software Livre roda a mil.
E se a imprensa não fala / É porque tem propaganda
De quem não quer ver o mundo / Ir para onde livre anda
E nada contra a corrente / No Brasil, infelizmente
Na mídia o dinheiro manda.
Cordel do Software Livre Cárlisson Galdino 12
Se você quer saber mais / Disso tudo que hoje eu teço
Procure na Internet / Veja agora uns endereços:
software.org / br.linux.org
E a atenção agradeço.
[ Fonte: Livro "ACALA: História e Vida", abril de 2009 ]
[ Editado por Pedro Jorge ]

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